Acordei pela manhã e fui direto à cozinha comer algo. Era um dia atarefado.
Ao abrir a porta da geladeira, a lampadinha do fundo não acendeu. Eu prontamente a desenrosquei do interior da máquina gelada e inspecionei seu filamento rompido, comprovando que ela havia queimado.
De imediato, guardei a lâmpada na mochila e saà para comprar uma nova; ainda no corredor do meu andar, na porta do elevador, encontrei o aviso:
*Manutenção da rede elétrica das 7h às 9h*
O prédio todo estava sem energia. Abri o zÃper da bolsa, catei a lâmpada de volta e olhei novamente através do bulbo, ao que encontrei toda a sua estrutura intacta.
Reflexão
Quando eu coloquei a mão naquela lâmpada, ainda no fundo da geladeira, eu já acreditava que ela estava queimada - e a mente trabalha para confirmar as nossas crenças.
Foi o que aconteceu naquele dia: eu ri sozinho no corredor do prédio ao notar como meu julgamento manipulou a minha vista.
Quando se trata de pessoas, o julgamento tem uma impacto ainda maior: um ser humano é bem mais complexo do que o filamento de uma lâmpada.
Ao julgar alguém, necessariamente erro em algum nÃvel, pois deixo de ver a outra pessoa para ver a minha opinião sobre ela.
É como Goethe certa vez afirmou: os nossos sentidos não nos enganam. O que nos engana é o nosso julgamento.