"Eu acredito que as palavras têm uma força especial. No Paisagem com dromedário há uma passagem em que a narradora, Érika, fala algo assim: 'Se eu disser que eu quero que você morra, será que isso vai te ajudar a morrer?'. Essa pergunta revela o poder das palavras, a influência que elas podem ter. No caso da palavra escrita, então, essa força parece ser ainda maior, tanto é que a Érika prefere gravar as mensagens, revelando um certo medo de escrevê-las.
Mas, independente da forma, as palavras possuem um poder de criação. Quando as pessoas rezam, por exemplo, elas pronunciam diversas palavras, imaginando uma realidade diferente, criando um mundo em suas mentes. O mesmo acontece com a literatura. De alguma forma, aquelas palavras se tornam vivas, os personagens começam a ter existência própria. (…) São apenas palavras, mas o significado que damos a elas as torna algo concreto.”
Carola Saavedra. In: O ofício da palavra (Org. José Eduardo Gonçalves), p.165
Reflexão
Pegando carona na pergunta que a personagem Érika fez, eu proponho esta:
Como nossas palavras podem ajudar as pessoas a viver mais (ou melhor)?