Algumas semanas atrás, pedi pela News uma resposta para a seguinte questão: “como você lida de maneira eficaz com a voz na sua própria cabeça?”. Eis aqui 10 respostas que recebi de vocês. Espero que você goste de lê-las - eu adorei. Muito obrigado por participar :)
(1) Meus pensamentos às vezes ficam presos. Erro por não ter falado. Só pensado.
Meus pensamentos às vezes correm. Escrevo para não perdê-los.
Meus pensamentos também me encabulam. Daí respondo a eles falando em voz alta e chego à conclusão de que quem manda neles sou eu!
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(2) Eu conheci a Yoga na adolescência, que me apresentou técnicas de respiração e meditação e que ajudam muito a ter um equilíbrio entre mente e corpo.
Concordo que o falatório não para, mas isso ajuda a organizar e concentrar o pensamento em um assunto por vez reduzindo assim a ansiedade e a necessidade de pensar em tudo de uma vez só.
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(3) Quando a voz da minha cabeça reforça uma visão negativa de quem eu sou, ou quem eu “estou sendo” nesse momento da minha vida, eu busco compaixão.
A raiva é inimiga da transformação de uma voz destrutiva para uma empática. Por isso, ouço-a com calma, questiono-a com evidências e mostro-a uma nova perspectiva da realidade. Assim, humanizo o relacionamento entre eu e a minha voz interna, resignificando aquilo que tomei como verdade.
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(4) Eu escrevo. Uma escrita livre, que me ajuda a "destralhar" a mente.
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(4) Confesso que fiquei aliviada com essa constatação [de que o falatório mental é comum], tinha medo da minha mente ser ativa demais. Ela canta músicas aleatórias, trava em questões que não tenho mais interesse em pensar, cria situações completamente aleatórias que às vezes nem sei como cheguei lá e coisas assim. Bom, quando [minha voz interna] me cansa, pois só quero ficar tranquila e sem pensamentos aleatórias eu me olho no espelho, olho no olho, respiro e penso xiiiiu! Hahahah tonto, mas funciona. Por alguns minutos, pelo menos.
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[5] Acredito que a forma que encontro de lidar com as vozes da minha cabeça é a de tentar organizar certos pensamentos pra coisas que possam me ser mais proveitosas.
Sofro de ansiedade, então muitas coisas que são próprias da cabeça do ansioso não são válidas, como medos infundados e antecipação de situações irreais. Estou dizendo isso sem invalidar o que sinto, mas entendo a necessidade de filtrar o que disso tudo posso tirar de bom pra minha vida prática. Sei que muitos destes pensamentos são invasivos, então tento sempre buscar neles aquilo que realmente é possível, realizável e importante pra mim.
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[6] Para não ser atropelada pelos meus pensamentos, que geralmente são coisas ruins e que me deixam pra baixo, eu gosto de falar o que estou pensando em voz alta. Sinto que quando eu verbalizo meus pensamentos, eles ganham outro sentido. um sentido mais real.
ex: eu to pensando algum absurdo, quando eu falo o que estou pensando e sentindo em voz alta, tenho uma dimensão melhor que aquilo é meio ridículo ou estou exagerando.
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[7] Lido muito bem com a voz da minha cabeça. Ela me guia, me aconselha, me motiva, não deixa que eu ceda para o comodismo ou para a preguiça, vive lembrando das minhas metas, etc.
Não é como se fosse uma pessoa influenciando minha vida. Na verdade, é o meu desejo mais genuíno e puro de alcançar meus objetivos e não afundar emocionalmente no meio desse mar de coisas ruins que começamos a enxergar no meio desse processo.
Se não temos objetivos claros na nossa mente, e nossa desculpa é maior que nosso porquê, alimentamos o desejo mais profundo (de ficar acomodado) que temos, e essa "voz" só vai te puxar pra onde você mais quer ficar... Sentado no sofá. Porém, quando as coisas se invertem e ela passa a te impulsionar pra cima, o jogo muda. O cérebro é um músculo que exercitamos.
O segredo é se sentir desconfortável, subir o primeiro degrau e não se comparar com os outros!
Use-a com sabedoria.
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[8] Eu costumo ter o pensamento acelerado, então não me assustaria se descobrisse que, em vez de 4 mil palavras, fossem 40 mil por minuto hauaahahah (exageraaaaaaaada).
Mas acho que isso já indica que pensar de forma acelerada demais embaça a visão e a percepção da realidade. Ter consciência disso já é um passo pra solução do problema.
Então quando percebo que estou num "espiral de hipóteses geralmente catastróficas", eu paro, dou um sorriso e sou gentil comigo mesma. E falo: "Silvia, calma. Respira. (pausa para desacelerar) Se afasta de vc mesma e vamos pensar: o que está acontecendo realmente, de fato? O que está em suas mãos fazer agora?"
Essa chamada de consciência costuma ser um bote salva-vidas pra mim.
E é prática, é treino, tô quase que toda hora fazendo isso, creio que um dia será mais espontâneo e natural kkkk
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[10] Eu não sei lidar com a voz em minha cabeça de forma mais eficaz, mas tento silenciar, uma tentativa de restart, canto uma música lenta, faço 10 respirações lentas.
Ameei receber esse e-mail // é quase um abraço coletivo do tipo: você não está sozinha nesse mar revolto de pensamentos solitário e barulhento!!!
<3